Sistema límbico friamente oco
“Cola em mim, no meu abraço” ela dizia. Sabe, eu sempre achei essa expressão um tanto sugestiva e, até mesmo, arrogante. Como poderia eu colar em ti se mal sei como viver sozinho comigo mesmo? Eu te derrubaria com um passo. Sempre achei demasiada a forma com que você apostava todas as suas fichas em mim, acreditavas que podia ser amor e eu, com meu gigantesco ego, só sabia que te encantava, que te fazia perder o juízo e, quem sabe, a loucura também. Toda minha vida eu quis alguém assim e quando consegui, me escorei num barranco sem ter um lugar permanentemente certo para ficar. Eu era como um cão sem dono, um mendigo sem lar. Eu era um pleonasmo que sabe muito bem que mendigos não possuem lar, todavia sempre achei a rua um ótimo lugar para se estar. Eu tinha o meu conforto naquela casa branquinha e sempre precedia meu caminho para a rua de asfalto escuro. Sempre fui do contra, como dizia minha mãe. Minha doce mãe, a qual sabe-se lá qual rumo tomaste, hoje eu só tenho de agradecer a