Alguém, Zé.
"Tem uma espécie de certeza que aparece de vez em quando aqui dentro da gente, uma certeza de que nada irá mudar e de que isso será pra sempre, mas a gente esquece que o pra sempre sempre acaba. Porém fingimos que não é assim, fingimos que não sabemos disso e por contra própria nos iludimos. Nós: generalizei mesmo. Eu mesma fingi, eu mesma me iludi. Eu podia não ter acreditado, mas acreditei... Ah, será que até em monólogos eu preciso cobrar algo de mim mesma? Poxa vida! Mas sabe, não dói. A fase em que doía passou, hoje mesmo me machuquei para ver se ainda sentia, se ainda sabia..." - Para você, moça? - ...Um café, com muito açúcar, por favor. - Só um momento. Vejamos: "...Se eu ainda sabia que uma vida sem sentidos é uma vida..." - Aqui está, doçura. - Mas de novo, Zé?! - disse irritada. - Calma moça, calma. Só trouxe seu café, com muito açúcar. - Tá bom, obrigada. - disse sem ser tão agressiva desta vez e ele, compreendendo, me retribuiu um sorr