Não ser um salmão
Ando nauseada. Nauseada pela indigestão que tenho tido do mundo. Pelas barbáries que tenho tido que ouvir. Pelas palavras que descem secas e ásperas pela minha faringe ao evitar expô-las. Ando nauseada da minha incapacidade de solucionar os problemas, pela minha habilidade supernatural de me acomodar com determinadas circunstâncias a fim de que eu não sinta dor. A comodidade sempre me pareceu triste. Não ir contra a correnteza... Não ser um salmão... Não combinam com minha personalidade. Mas parece que um meteoro caiu na minha cabeça e eu esqueci totalmente da realidade que eu tinha. Eu vivo constantemente com medo. Medo de que as coisas mudem; medo de que continuem iguais. Mudanças nunca foram fáceis para mim e mesmice nunca se encaixou na minha vida. Estou internamente em uma fusão de sentimentos que me assombram. Queria sentir menos, porque às vezes me assusta imaginar que talvez eu sinta demais por todos aqueles que não sentem nada. Confusão tem se tornado uma palavra amiga. Into